quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Inquietudes

Certa inquietude tem permanecido em meus pensamentos e aulas. Como realizar uma coreografia para crianças entre 03 e 06 anos, sendo que até agora tenho trabalhado a dança criativa, onde elas possuem uma liberdade maior para explorarem e se expressarem?

Formatar os movimentos para suprir a expectativa de pais que talvez esperem mais do que as crianças possam realmente proporcionar.

Tenho certeza que o caminho que estou seguindo será prazeroso para as crianças, talvez não será um grande show esperado, mas para mim o que importa é satisfação delas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Corpo complexo

Antes de pensar em movimento, precisamos pensar em corpo. Para isso é preciso ter claro o conceito de corpo. O corpo transcende a visão biológica, corpos complexos, eficientes pensando na eficiencia pelo instinto de sobrevivência.

Um corpo complexo que recebe influências hereditárias, culturais, sociais e está em constante alteração. O respeito ao desenvolvimento de cada fase da vida, seja pela faixa etária ou período maturacional, assim como suas facilidades e dificuldades naturais.

Essa visão de corpo permite a integração do ser humano independete da idade como agente atuante e não simplesmente um receptor passivo. Esse diálogo permite a elaboração de dinâmicas conforme o interesse e necessidades de cada turma.

domingo, 28 de agosto de 2011

Balé Kirov 26 de Agosto de 2011

Fui ver o grandioso balé Kirov na sexta-feira. Ficaram nítidos naqueles corpos esculpidos a quantidade de trabalho e técnica presentes em todos. Desde o corpo de baile que faz poses de fundo parecendo pintura até a primeira bailarina.

Gostei de ir à noite de gala, pois pude ver mais de uma obra:

Chopiniana - clássica e romântica.

Simple Things - mais moderno, com movimentos contínuos e orgânicos.

Divertissement - Grand Pas Classique, La Cachucha, Russkaya, Suíte Carmen, Don Quixote.

Figurinos impecáveis das sapatilhas extremamente limpas até os cabelos e arranjos. Perfeição detalhista que nos permite perceber qualquer titubiada de um bailarino ou outro.

Consciência corporal que transcende ao movimento.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Criança e seu tempo

Cada vez percebo a necessidade que as crianças têm de se movimentarem, ainda mais com os ambientes restritos e pequenos onde se encontram todos os dias. Vejo a excitação ao verem a sala de balé, ampla e vazia, quase convidando para correr. É então que me questiono sobre a melhor abordagem para a aula dessas crianças.

Trago o aprendizado de movimento do balé clássico através de "brincadeiras". Elas curtem e se envolvem com as historinhas ou jogos.

Tenho entrado com outra dinâmica de aula, onde faço antes do aquecimento um pequeno despertar, as meninas se deitam no chão massageando as costas, aos poucos ampliando o movimento de rolamento do corpo no chão, para depois se espreguiçarem, sentando e começando o aquecimento como venho fazendo até então. Com essa dinâmica noto que as crianças se permitem respirar e baixar a excitação, assim trabalhando mais tranquilas nas outras atividades efetuadas no colchonete.

Ainda estou pensando em dinâmicas que tragam uma tranquilidade no momento de guardar o colchonete e de finalizar a aula, para que não saiam tão ou mais excitadas do que entraram.

Percebo que é importante fazer o contraponto da tendência de ampliação de movimento e busca pela exploração do espaço da sala. Refletindo sempre nos objetivos a serem atingidos e a melhor forma para consegui-los com as crianças.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Bolsas pulsáteis que favorecem o movimento.

Na aula de balé da Valéria Mattos de hoje de manhã, surgiu à questão de pensar em movimentação de tronco, separando a parte superior (cintura escapular) da parte inferior (cintura pélvica). Logo pensei nas bolsas pulsáteis de Stanley Keleman, a bolsa da cabeça, do peito, barriga, bacia, e comecei a pensar em minhas bolsas, suas qualidades e conexões entre elas. A importância de manter a autonomia delas sem desconectá-las por completo.

Como é difícil pensar em manter a forma desejada e todas as bolsas pulsando ao mesmo tempo. Como sem querer alguma ou mais de uma ficam com mais pressão do que outras, ou até mesmo ocorrendo o abandono. O histórico formativo interfere nessa busca, pois o padrão conhecido até hoje prevalece sem nos darmos conta. Refletir e sentir o tempo todo, traz um alerta da questão que considero fundamental: " Como faço o que eu faço?" e com essa resposta um pouco clara podemos dar um próximo passo e questionar: " Como crio repertório corporal para fazer de forma diferente?" ou ainda " Como me potencializar utilizando outras maneiras de fazer o que faço?".

Criar repertório corporal é uma busca constante e necessita paciência e experimentações constantes. Ver o outro, trazer o conhecimento do outro para meu corpo (co-corpar) colabora nessa busca. Existem diferentes caminhos para ampliar o repertório corporal, atualmente sinto que é um processo no qual preciso compreender meu corpo e como me movimento antes de pensar em alterá-lo, assim não violento minha estrutura física e preparo meu corpo para transformações conforme vou me preparando para isso.

A busca do movimento contínuo e orgânico necessita não apenas de consciência corporal, mas também executar esses movimentos permitindo que o corpo todo converse sem pressão, ou abandono, simplesmente pulsando constantemente.